CALVINISMO NEGADO E REFUTADO

10 de Outubro de 2020

Por Marco Sousa


Grande parte da cristandade evangélica NÃO SABE o que é o calvinismo e também ignora que esta vertente teológica nasceu ceifando a vida de milhares de cristãos na Europa. Muitos crentes em Jesus foram condenados e afogados em rios, com suas crianças recém-nascidas por rejeitarem o batismo infantil, erroneamente importado da igreja católica por alguns dos reformadores, dentre eles João Calvino e Lutero.

O USO DA VIOLÊNCIA COMO MODO DE VIDA RELIGIOSO

O uso da violência tornou-se um estilo de vida e o modus operandi dos calvinistas. João Calvino foi um exímio praticante dos métodos disciplinares de Agostinho de Hipona, que outrora havia defendido o uso da força bruta para disciplinar os fiéis da igreja. Os mesmos métodos violentos foram usados pelos seguidores posteriores de João Calvino. Após o sínodo de Dort (maio de 1619) os remonstrantes (pregadores protestantes contrários ao calvinismo determinista) foram expressamente proibidos de assumirem o púlpito de suas igrejas e pouco tempo depois foram assassinados à traição por ordem dos calvinistas mandatários. 18.000 (dezoito mil) crentes em Jesus foram barbaramente assassinados em um dos episódios mais vergonhosos da história do cristianismo protestante. (Referência 1). Em algumas cidades européias os crentes em Jesus que se recusaram a serem calvinistas foram expulsos de suas comunidades, sendo obrigados a deixar para trás suas casas, seu trabalho e bens adquiridos com seu próprio suor. Perderam tudo pelo nome de Jesus e pelo evangelho bíblico, recusando o calvinismo.

O LIVRE-ARBÍTRIO E A HONESTIDADE INTELECTUAL

O pregador calvinista, praticante da honestidade intelectual e que for um exímio conhecedor da história (muitos não conhecem os pormenores dela) jamais poderá admitir a existência do livre-arbítrio; se admití-lo estará responsabilizando seus heróis calvinistas do passado, pelas barbaridades e crimes contra a humanidade praticados em nome de Deus, inclusive na elaboração do complexo sistema religioso chamado calvinismo (Referência 2). O evangelho genuíno de Jesus Cristo é bastante simples, não mata ninguém e não faz acepção de pessoas, todavia este mesmo evangelho condenará o pecador por suas más obras e pela rejeição deliberada da graça de Deus. O pecador nunca será condenado por não ter sido eleito, será condenado por suas obras contrárias ao que Deus exige dele (Vide João 3-19-21 e Romanos 2:11-16). A eleição bíblica é corporativa, assim a igreja foi eleita e predestinada ao céu, do mesmo modo que Israel foi eleito e predestinado à terra prometida. Todo o Israel foi chamado à terra prometida, mas somente aqueles que perseveraram chegaram ao final da jornada, os outros morreram no deserto desejando o Egito e cometendo idolatria, mesmo vivendo no meio do povo de Deus. De modo semelhante a Israel, Deus chamou a todos os homens (Atos 17:30) para fazerem parte da igreja de Jesus predestinada ao céu, mas são poucos os que optam por obedecer ao chamado de Deus. O Mancebo rico, por exemplo, optou por rejeitar o chamado e a graça que Cristo lhe ofereceu - (Mateus 19:16-30 e Lucas 18:18-30).

OS MALABARISMOS EXEGÉTICOS CALVINISTAS

Uma das regras da hermenêutica diz que a Bíblia explica a própria Bíblia e uma porção dela jamais entrará em contradição com a outra porção. As cartas de Paulo possuem pontos difíceis de entender que os "indoutos" e inconstantes torcem para sua própria condenação (2 Pedro 3:16). Cabe mencionar que o termo grego traduzido por "indoutos" significa, "ignorante, não ensinado e não estabelecido", o que pode ser inclusive uma pessoa bastante culta, todavia mal informada sobre determinado assunto. Outro método para se entender algum tema bíblico é recorrer ao ensino direto de Jesus. Se algo que Paulo disse não está claro, compare com aquilo que Jesus falou sobre o mesmo tema e as coisas ficarão mais fáceis de se entender. Os teólogos deterministas, principalmente aqueles que nutrem certa devoção aos escritos de João Calvino e de Agostinho de Hipona não pensam assim, muitos deles (existem algumas raras excessões) gostam de invencionices e malabarismos exegéticos. Quando não se faz a correta exegese do texto bíblico sobram-se as aberrações e as contradições criadas por teólogos sem piedade, sem temor do Senhor e sem amor para com as almas perdidas. Certo escritor e pregador brasileiro dizia que "conhecimento sem piedade não serve para a edificação da igreja". Faltou piedade no coração dos primeiros calvinistas quando eles estavam com a espada na mão matando seus irmãos em Cristo e formulando suas famosas teses de deturpação do evangelho bíblico.

EXPIAÇÃO BÍBLICA X EXPIAÇÃO CALVINISTA

O evangelho calvinista afirma que a expiação de Cristo no calvário a favor do pecador é limitada a um grupo de eleitos e ainda afirma que Deus não ama a todos. O primeiro problema destas afirmações é que elas entram em choque frontal com o texto bíblico. Se elas forem verdadeiras o texto bíblico é mentiroso, ao afirmar que Deus amou e enviou Cristo a salvá-lo e que a expiação vicária é ilimitada, isto é, a morte de Cristo foi a favor do mundo todo (Vide João 3:16-17 - I João 2:2). A doutrina calvinista coloca Deus como um mero praticante do pecado da hipocrisia (fingimento) ao pregar que ELE (Deus) odeia o pecador o qual se torna inimigo mortal do criador, mas Cristo manda que seus servos amem os seus inimigos (Mateus 5:38-47). Logo os servos de Cristo estarão amando (por obrigação e por ordem de Cristo) a quem Deus odeia. Alguns hinos antigos calvinistas mostram como esta vertente tratava os pecadores que estão fora da igreja, ao invés de ir atrás deles para evangelizá-los, como Cristo mandou. Com o advento da internet e a propagação das informações pelas redes sociais, muitos pregadores deterministas evitam falar no púlpito aquilo que realmente pensam.


A HERESIA ANTIBÍBLICA DA DUPLA PREDESTINAÇÃO

Segundo a doutrina calvinista Deus predestina alguns homens para o inferno e outros homens para o céu (arbitrariamente) - o texto bíblico diz que o inferno foi feito para o diabo e seus anjos (Mateus 25:41) - todavia este tipo de condenação será imposto também aos homens que rejeitarem o evangelho. No Calvinismo a pregação do evangelho é um grande teatro, já que tudo está definido e o homem não tem livre-arbítrio para aceitar ou para rejeitar o evangelho e mudar de vida, embora a bíblia sagrada pregue isto de forma cristalina. Segundo o calvinismo o homem somente se converte se a graça irresistível de Deus violar a sua vontade humana e o salvar “na marra”. “Eis que estou à porta e bato” - este Jesus bíblico é fraco – forte mesmo é o Jesus calvinista que não pede licença, mas arromba a porta e arranca o pecador para fora com o uso da força bruta. Se o calvinismo estiver correto, Jesus estava de brincadeira quando disse ao mancebo rico que ele teria um tesouro no céu se abandonasse as riquezas desta vida e fosse segui-lo. O jovem escolheu o ídolo das riquezas que estava em seu coração. O calvinismo prega que ele não teve escolha, logo Jesus apresentou a ele uma graça fantasiosa e mentiu para ele, visto que a graça de Calvino é irresistível. O detalhe é que Jesus sempre salvou com a graça celestial, que não tem ligação nenhuma com a graça de Genebra (graça inventada pelos calvinistas). Se Jesus usasse a graça de Genebra (graça calvinista) ele nunca diria: “Vai em paz a tua fé te salvou” (usando o pronome possessivo tua) mas ele diria “Vai em paz a minha IMPOSIÇÃO ARBITRÁRIA te salvou”. Bendito seja o nome de Jesus o único mediador entre Deus e os homens, que nunca fez uso dos métodos dos coronéis violentos desta vida, mas nos atraiu com amor, puro, imaculado e bendito!


ENSINO DOS APÓSTOLOS X ENSINO DE AGOSTINHO

Se o Calvinismo estiver correto, pode ser que Paulo, Pedro e João tenham ensinado errado às igrejas que eles pastorearam, e pode ser que Deus tenha feito uma "pegadinha" com os hebreus e com a cristandade primitiva, deixando-os viverem sem a verdade, mas dando (bem mais tarde) uma revelação especial ao bispo que usava a soldadesca do império romano para forçar os dissidentes de sua igreja a retornarem para dentro dela, enquanto os mesmos soldados fechavam a outra igreja que não aceitava o romanismo (Se o caro leitor não sabe, estamos falando de Agostinho). O bispo de Hipona pregava a autoridade total do papa e o poder da igreja católica em perdoar pecados (Referência 3). Pregava o emprego da violência contra os hereges e da força bruta dos soldados para fazer os crentes serem fiéis, coisa que Cristo e seus apóstolos nunca pregaram (Referência 4). Agostinho foi severamente criticado por estar em desobediência ao evangelho, com estas práticas, mas acabou fazendo como os chefes denominacionais da atualidade: Ignorou quem lhe criticava e persistiu com os mesmos erros. Na atualidade há crente cessacionista que afirma que não crê em novas revelações, mas ainda acredita naquela revelação solitária do bispo herege de Hipona. A nova revelação de Agostinho (nunca antes pregada na igreja primitiva) deu origem ao calvinismo, alguns seculos depois. O fato mais curioso é que a igreja católica canonizou Agostinho, mas rejeitou a sua heresia da negação do livre-arbítrio, seguindo os pais da igreja primitiva. (Referência 5). A igreja católica em raras oportunidades já teve mais discernimento do que meia duzia de coronéis protestantes da idade média que matavam outros crentes em nome de Deus. O Calvinismo não bebe das fontes canônicas do apóstolo Paulo, ele bebe simplesmente das fontes turvas do bispo herege de Hipona.

NOTAS E REFERÊNCIAS
 
1 - Referência 1 - O Velho dicionário calvinista
2 - Referência 2 – Lutero, Calvino, A Reforma Protestante e a Noite dos Cristais
3 - Referência 3 - Os erros de um santo romanista
4 - Referência 4 - Os Hereges que permeiam a história
5 - Referência 5 -O Livre-Arbítrio e os Pais da Igreja
6 - Cristianismo Bíblico X Calvinismo